Talvez o maior desafio da vida moderna seja sermos nós mesmos em
um mundo que insiste
em
modelar nosso jeito de ser.
Querem que deixemos de ser como somos e passemos a ser o que os
outros esperam que sejamos.
Aliás, a
própria palavra "pessoa" já é um convite para que você deixe de ser
você.
"Pessoa" vem de "Persona", que significa "máscara".
É
isso mesmo:
coloque a máscara e vá para o trabalho.
Ou
vá para a vida com a sua máscara.
Talvez o sentido do elogio:
"Fulano é uma boa pessoa",
signifique na verdade:
"Ele sabe usar muito bem a sua máscara social".
Mas qual o preço de ser bem adaptado? O número de depressivos, alcoólatras e suicidas aumenta assustadoramente. Doenças de
fundo psicológico como síndrome do pânico e síndrome do lazer não param de
surgir.
Dizer-se estressado virou lugar-comum nas conversas entre amigos
e familiares.
Esse é o preço.
Mas
pior que isso é a terrível sensação de inadequação que parece perseguir a
maioria das pessoas.
Aquele sentimento cristalino de que não estamos vivendo de
acordo com a nossa vocação.
E qual o grande modelo da sociedade moderna? Querer ser o que a maioria finge que é. Querer viver fazendo o que a maioria faz.
É
essa a cruel angústia do nosso tempo:
o
medo de ser ultrapassado em uma corrida que
define quem é melhor,
baseada em parâmetros que, no final da pista,
não
levam as pessoas a serem felizes.
Quanta gente nós não conhecemos, que
vive correndo atrás de metas sem conseguir
olhar para dentro da sua alma e se perguntar onde exatamente
deseja chegar ao final da corrida?
Basta voltar os olhos para o passado para ver as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos, e,
mais que isso,
despertou nas
pessoas o desejo de serem
elas mesmas.
Veja o que aconteceu a John Lennon, Abraham Lincoln, Martin
Luther King, Isaac Rabin?
É
muito perigoso não ser adaptado!
Essa mesma sociedade que nos engessa com suas regras de conduta, luta intensamente para fazer da educação um
processo de produção em massa.
A maioria das nossas escolas trabalha para formar estudantes capazes de passar no vestibular. São
poucos os educadores que se perguntam se estão formando pessoas para assumirem
a sua vocação
e a
sua forma de ser.
Quantos casos de genialidade que foram excluídos das escolas porque estavam além do que o sistema de educação poderia suportar. Conta-se que um professor de Albert Einstein chamou seu pai para dizer que o filho nunca daria para nada, porque não conseguia se adaptar. Os
Beatles foram recusados pela gravadora Deca!
O
livro "Fernão Capelo Gaivota"
foi
recusado por 13 editoras!
O
projeto da Disney Word foi recusado por 67 bancos! Os gerentes diziam que a
idéia de cobrar um único ingresso na entrada do parque não daria lucros.
A lista de pessoas que precisaram passar por cima da rejeição porque não se adaptavam ao esquema pré-existente é infinita. A
sociedade nos catequiza para que sejamos mais uma peça na engrenagem e quem
não se moldar para ocupar o espaço que lhe cabe será
impiedosamente
criticado.
Os próprios departamentos de treinamento da maioria das empresas fazem isso.
Não
percebem que treinamento é coisa para cachorros, macacos, elefantes.
Seres humanos não deveriam ser treinados,
e
sim estimulados a dar o melhor de si em
tudo o que fazem.
Resultado:
a
maioria das pessoas se sente o patinho feio e
imagina que todo o mundo se sente o cisne.
Triste ilusão:
quase todo
mundo se sente um patinho feio também.
Ainda há tempo! Nunca é tarde para se descobrir único.
Nunca é tarde para descobrir que não existe nem nunca existirá ninguém igual a você.
E
ao invés de se tornar mais um patinho,
escolha
assumir sua condição inalienável de cisne!
Pense nisso!!! | |