Os homens também precisam cuidar do peito
Segundo dados do Instituto
Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama masculino equivale a 1% de
todos os casos de câncer de mama, e menos de 1,5% das ocorrências de
neoplasias malignas do sexo masculino. Os números são pouco expressivos,
mas mostram que a doença também afeta os homens, principalmente depois dos
50 anos. E como eles não costumam pensar no assunto, não é raro que o
tumor, quando diagnosticado, já se encontre em estado avançado. "É uma doença rara, mas existe", afirma a chefe do setor de Mastologia do Inca, Elisete Martins dos Santos. Segundo ela, o câncer masculino, se manifesta da mesma forma que o feminino e não existem causas específicas nesse caso. Assim como nas mulheres, a idade, a história familiar e a suscetibilidade genética são fatores relacionados à doença. O agravante no homem é o fato de a mama não ser desenvolvida, o que facilita a propagação do câncer. "Na mulher, esse processo é mais lento", compara. O desconhecimento também prejudica o sexo masculino. "Com freqüência, os tumores são detectados em estágios avançados, porque os homens, por não saber que podem desenvolver câncer de mama, demoram a procurar um médico", explica Elisete. Campanhas publicitárias para esclarecer a população masculina sobre a doença seria um caminho, acredita ela, para minimizar esse problema. Em casa, é importante também que os homens examinem as mamas. De acordo com a chefe do setor de Mastologia do Inca, eles devem ficar atentos às lesões iniciais, que são pequenos caroços, contorno, coloração, sangramento, coceira e aumento da mama. Caso seja encontrada alguma dessas alterações, a recomendação é que o médico seja procurado rapidamente. Para diagnosticar a doença, o indivíduo pode ser submetido a uma mamografia e à biópsia. Quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores serão as chances de cura, assim como na mulher. O tratamento também é o mesmo: quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e cirurgia, dependendo do caso. Em novembro, representantes do Inca apresentarão, no Congresso Mundial de Mastologia, a realidade atualizada dos casos de câncer de mama masculino matriculados na instituição. Um levantamento feito entre os anos de 1943 e 1997 registrou 111 ocorrências. "É um número considerado alto, levando em consideração a raridade da doença", considera Elisete. |