Nisso, na sala que se cala, estala
a gargalhada jovem
da maçaneta que
canta
a festiva cantiga do retorno.
E sua voz engole a noite imensa
com
todos os ruídos secundários.
-Oh! os címbalos do trinco
e os clarins da
porta que se escancara
e os guizos das muitas chaves que se abraçam
e o
festival dos passos que ganham a escada!
Nem as vozes da orquestra
e o
tilintar de copos
e a mansa canção da chuva no telhado
podem sequer se
comparar
ao som da maçaneta que sorri
quando meu filho volta.
Que
ele retorne sempre são e salvo,
marinheiro depois da tempestade
a sorrir e
a cantar.
E que na porta a maçaneta cante
a festiva canção do seu
retorno
que soa para mim
como suave cantiga de ninar.
Só assim, só
assim meu coração se aquieta,
posso afinal dormir e descansar.